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Niterói, Rio de Janeiro, Brazil


Formado técnico em contabilidade no ano de 1972 e bacharel em ciências contábeis no ano de 1991.

Auditor certificado pelo CRC-RJ.

Carreira profissional iniciada do PRODERJ, seguindo-se CRUZEIRO DO SUL e VARIG.

Atualmente lidera o time de profissionais da NITSERVICE - Niterói Serviços Empresariais Sociedade Limitada (marca fantasia: Consultoria Rio Apa).

Possui diversos trabalhos de interesse publicados em revistas especializadas.

Participou e participa ativamente em cargos de direção de associações civis com detaque para as seguintes: Iate Clube Icaraí, Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro, Rio Vela Clube, Iate Clube de Ramos, União dos Escoteiros do Brasil - Região RJ e Associação dos Veleiros da Classe Sharpie.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Niterói... a Cidade dos Opostos

Dados censados pelo IBGE em 2010 e divulgados na semana retrasada mostram Niterói como uma das maiores rendas domiciliares do país; exatos R$2.031,18. O mesmo estudo divulgado mostra uma enorme desigualdade social onde a diferença entre a renda média e a renda mediana alcança incríveis 47%; em todo o estado esta diferença perde apenas para a capital que tem a diferença em 54%.

No período de dez anos, Niterói pulou da quinta para a primeira posição no ranking. Segundo o Censo 2000, na frente do município apareciam Campos Júlio (MT), Santa Vitória do Palmar (RS), Águas de São Pedro (SP) e Balneário Camboriú (SC). O estudo apontava Niterói com uma renda domiciliar de R$ 944,00 e que hoje equivaleriam a R$1.881,00.

Hoje, valores acima de mil reais para a renda média são percebidos, no Estado do Rio, apenas para a capital, R$ 1.518,55; e para Macaé, R$ 1.065,80, além é claro da cidade dos opostos que é Niterói.

Niterói, primeira cidade do país em renda domiciliar; notícia que veio acompanhada de outra que informa ser Niterói a terceira cidade em qualidade de vida do Brasil; subindo um posição em relação ao censo de 2010.

Não poderia ser diferente pois se possui a maior renda domiciliar o seu IDH teria que ser alto; este índice baseia-se na qualidade de vida oferecida aos moradores onde possuem enorme peso a saúde, educação e segurança.

Pois bem, para os que estão enquadrados na renda média temos aqui na área de educação o Salesianos, Abel, São Vicente, Assunção, Marília Matoso e tantas outras escolas de primeiro nível; no ensino superior podem usufruir das universidades Cândido Mendes, Estácio de Sá, Plínio Leite e Universo; na área de saúde o HCN, Santa Marta, Santa Cruz e os recém chegados da rede Dor e o moderníssimo Hospital de Icaraí.  

Já para os que estão na renda mediana, faltam escolas públicas municipais, estaduais e federais – exceção para a UFF – e, falar em hospital é brincadeira; o município não possui um único hospital público (eu escrevi hospital e não clínicas, policlínicas, UPAs ou similares); o estado não se faz presente e recentemente divulgou que irá devolver o HEAL ao governo federal; resta-nos o valente HUAP, cujas funções principais deveria ser a pesquisa e o desenvolvimento da qualidade, que atua como referencia não só para a cidade como para as limítrofes São Gonçalo, Itaboraí, Marica, etc.

Segurança não existe para ninguém, sejam os ricos, os da classe média ou  aqueles que habitam a baixo da linha da pobreza – estes segundo o IBGE são pouco mais de 2.000 famílias niteroienses que vivem com menos de R$70,00 mensais – pois o que se vê a cada dia é mais robô, mais assalto, mais violência. Recentemente foram divulgados dados que mostram a incrível marca de 60 assaltos no Plaza Shopping e suas redondezas, sendo que a maioria ocorreu dentro do próprio centro de comércio.

Então Niterói é ou não uma cidade de opostos?

Os atuais comandantes da prefeitura logo ao entrarem em seu mandado atual fizeram uma aparente maquiagem na cidade com o asfaltamento de quarta categoria na praia de Icaraí, na Rua Fagundes varela, Rua Álvares de Azevedo, Doutor March e mais uma meia dúzia de vias privilegiadas enquanto o resto da cidade padece com a buraqueira sem fim; em frente a faculdade de Veterinária, no Vital Brazil, existe um buraco que esta lá tem quase dois meses; pequeno muito pequeno em largura e extensão mas gigantesco em profundidade.

Apesar disto tudo as autoridades se cabam de que a cidade oferece oportunidades e crescente geração de empregos, por isso não é novidade o que agora é divulgado pelo IBGE. Geração de empregos? Onde?

Se a cidade gerasse tantos empregos não teríamos a ponte literalmente parada das 7 até as 10 horas e das 18 até as 21 horas diariamente, as barcas não teriam as filar enormes que só crescem dia a dia, na mesma proporção do desserviço que é prestado a população; só faltam dizer que esta massa humana que se desloca diariamente para o Rio está de férias. Não, de férias não estão e sim indo para o trabalho diário  pois Niterói não possui emprego para toda a sua população economicamente ativa.

Praças estão tomadas por moradores de rua, mendigos, pedintes, camelos e assaltantes e principalmente a Juscelino Kubitschek (em frente a UFF no valonguinho), a do Rink, a das Barcas e a Ary Parreiras em Icaraí.

Qualquer cruzamento mais movimentado da cidade se encontra tomada por artistas mambembes, camelos e assaltantes.

Mas tudo bem, segundo o IBGE, para júbilo dos políticos locais, Niterói possui a maior renda domiciliar do país e é a terceira cidade em qualidade de vida; pois então para os niteroienses que não vêem nada disto resta um alerta: ai vem mais um boom imobiliário e depois do jardim Icaraí, Recantos de Santa Rosa, depois de transformarem a rua Marques do Paraná em portal de Icaraí, certamente agora vamos conhecer o mais belo recanto em área verde da cidade o novo bairro Horto do Fonseca ou viva de frente para o mar na mais paradisíaca praia da cidade com vista permanente, que é a praia do Barreto, ou era pois sumiu para que fosse construída a Niterói-Manilha.

Enquanto isso nada é feito mesmo na cidade e a rede de esgoto continua a mesma de 50 anos passados; se por coincidência, ou movimento articulado, todos os niteroienses dessem descarga ao mesmo tempo a cidade viraria um mar de bosta; aliás esta é uma experiência que alguns poucos privilegiados do bairro da Ponta da Areia já tiveram dois meses atrás.

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