Ano após ano, vários
contribuintes caem na malha fina da Receita Federal devido ao fornecimento de
informações incorretas, omissão de dados e até falta de atenção na hora de
preencher os campos da declaração do Imposto de Renda. E neste ano o cuidado
deverá ser redobrado. O documento agora conta com uma ficha a mais e novos
campos de dados.
Veja as mudanças e dicas de como
pagar menos IR sem infringir a lei.
O que muda na declaração do Imposto de Renda em 2013, na comparação com
o ano anterior?
Em temos de tributação, não houve
mudança. Mas, em relação ao preenchimento, surgiu a ficha de "Doações
Diretamente" na declaração destinada a quem deseja efetuar doações ao ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) até 30 de abril de 2013 - e também o
desmembramento da ficha "Pagamentos e Doações Efetuados". Agora, esta
conta com os campos:
Pagamentos
Efetuados: nessa ficha serão informados os gastos pagos durante o ano de 2012,
tais como despesas médicas, previdência privada;
Doações
Efetuadas: nessa ficha serão informadas as doações efetuadas em 2012, tais como
doações em adiantamento a legítima, doações aos incentivos fiscais permitidos,
como Estatuto do Idoso, desporto etc.
Quais os principais motivos que levam o contribuinte a cair na malha
fina?
Um dos motivos que levam as
pessoas a caírem na malha geralmente é o fornecimento de informações incorretas
no preenchimento da Declaração de Ajuste Anual, frente às informações que a
Receita Federal tem em seu banco de dados. Um exemplo é a diferença entre os
valores dos rendimentos informados e os que constam na Dirf (Declaração do
Imposto Retido na Fonte). É preciso informar corretamente os gastos realizados
durante o ano de 2012, que permitem a sua dedução na declaração, como as
despesas médicas, a previdência privada e a pensão alimentícia paga.
Outro motivo é a omissão de
informações de todos os rendimentos recebidos durante o ano-calendário. A
Receita Federal, cada vez mais, tem condições de cruzar informações prestadas
pelo contribuinte com outras prestadas pelas pessoas jurídicas, como a Dirf, a
Dimob (Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias) em operações de
compra e venda de imóveis, bem como alugueis, e com declarações prestadas por
cartórios, quando do registro de imóveis, e pela Dmed (Declaração de Serviços
Médicos e de Saúde), que é declaração de despesas médicas informadas pelos
hospitais e clinicas.
É possível pagar menos IR sem infringir a lei?
Não. O que pode ser feito é
utilizar as deduções permitidas por lei a favor na sua Declaração de Ajuste
Anual, como contratar plano de previdência privada.
A isenção de IR sobre valores de PLR (Participação nos Lucros e Resultados)
de até R$ 6 mil é uma boa medida adotada pelo Governo? Ela beneficiará muita
gente?
Sim. Com o limite de isenção em
R$ 6 mil, todos os contribuintes que receberem participação nos lucros ganharão
com essa medida adotada pelo Governo, ou seja, com essa iniciativa mais
recursos circularão no mercado.
A tabela progressiva do Imposto de Renda vem aumentando o número de
isentos. Quais seriam as faixas e os porcentuais de isenção mais adequados na
sua opinião?
Sim. Existe uma defasagem na
tabela progressiva de aproximadamente 66%, segundo estudos levantados pelo
Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita
Federal). Com esse percentual, o valor de isenção passaria para aproximadamente
R$ 2.500 e beneficiaria grande parte dos contribuintes sujeitos a essa
tributação.
Por que o Governo reluta em não mudar a tabela?
O Poder Executivo não ajusta a
tabela com a defasagem incorrida desde 1996, que segundo especialistas gira em
torno de 66%, em virtude de seu ajuste fiscal. Ou seja, teria defasagem na
entrada de recursos para fazer frente as suas despesas. Na minha opinião
deveria corrigir, pois colocaria mais recursos na economia que, em
contrapartida, poderia suprir as perdas que essa correção possa provocar nas
contas do Governo.
Agora, mãos a obra, é tempo de
reunir os documentos para que você possa elaborar a sua Declaração de Ajuste ao
Imposto de Renda Pessoa Física exercício de 2013 ano base de 2012, sem
atropelos.
Voltaremos ao assunto.
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